Ao registrar esse momento eu poetizo em pensamento...
Sou alquimista, verto meu movimento débil de brisa em
vento...
Profetizo meu destino derradeiro, o titânico inimigo eu
enfrento...
Ferido e entregue ao desconcerto, dos campos Elíseos seu
perfume experimento...
Ouço o cantar dos anjos convidando-me a esquecer as dores,
as saudades, os amores...
Flutuo letárgico, dopado, inerte, um coma induzido, um não
sentir insuportável.
Eu sou escarlate, lâmina em brasa queimando a carne,
cauterizando a ferida.
Eu sou a linha tênue que separa o veneno da cura. Descanse
em meus braços.
Receba minha ternura.
Receba minha ternura.
Marcelo Reis, outono 2012.