terça-feira, 28 de junho de 2011

LOST


Eu não tenho nada e o nada que eu tenho é tão pouco tempo...
Às presas vou vivendo, respirando os momentos, esfacelando...
Saudade do que não foi vivido nem mesmo sonhado, ilusão.
Ansiedade voraz, espírito sem paz, na boca do estomago turbilhão!

Entre uma e outra mazela a ferida espera tornar-se então sabedoria,
E a cicatriz é a grafia doída que na carne finca o que a vida escreveu.
Como ainda sorrir, como ainda... Nessa solidão de mim?
Infinito labirinto, à beira do abismo... O caminho de volta fui eu que escolhi.

Marcelo Reis, inverno 2011.

Inverno


Inverno intruso! Chega sempre sem ser convidado...
Consigo acompanhado do vento gelado e do céu opaco.
Das quatro estações, és a mais detestável,
Quem nos dera viver longe do seu frio insuportável.

Como Deus faz tudo com perfeição,
Você deve existir por alguma razão...
Razão qualquer essa que inibe as cores, calam sorrisos,
E o que dizer dos que sofrem com seus reumatismos?

Marcelo Reis, inverno 2011.