quarta-feira, 15 de agosto de 2012


A porta abre-se, entro, lamento... Tormento. Terei eu neste pátrio átrio alento?
Que se viva o que se há para viver, que se cante o se há para cantar, que se ame o que se há para amar, que se vença o que se há para vencer, que se chore o que se há para chorar e que se ilumine o caminho que se há de caminhar.

Marcelo Reis, inverno 2012.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Que me julguem os normais...



Enquanto você dorme, minha insônia me obriga a pensar, pensar e pensar...
Na madrugada você sonha, descansa e eu percorro as ruas frias e vazias...
Perambulo vagabundo, perdido, baldio entregue ao esquecimento...
Esse perturbador penar, esse ímpar pesar se disolve como a fumaça no ar...

Enquanto você desperta com os cantares dos pássaros, eu desabo, desmaio...
Confundido com o chão sou pisoteado, capacho de carne ensangüentado...
Varrido como lixo não reciclável, jogado indigente em cova rasa...
Em sua farta mesa o almoço é servido, caças, guarnições e vinho...

Enquanto para mim, resta-me para os vermes servir de abrigo...
Sem epitáfio, sem história, sem lágrimas de parentes, sem vestes descentes...
Sem dignidade, sem esperança, sem madre pátria, sem letra, sem estrada...
Sem dentes, sem saúde, sem nome, sem amor, folha levada ao vento, sem valor...

Enquanto suas vidas normais seguem cercadas de conforto e conquista,
Mais um de mim surge precoce em uma esquina envolto ao cordão do umbigo...
Contando com a sorte para alimentar-lhe a alma, esperando da bondade alheia resgate.
Todos esquecem que nada para sempre dura e todos iremos ter o mesmo fim.

Marcelo Reis, inverno 2012.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Filha


Filha você me ensinou o que é ter alegria
Sua luz transformou minha vida
Nasci de novo quando você nasceu...

Filha... Te amo com toda minha alma
Teu sorriso me trás paz e calma
Você é como um presente do céu...


Filha... Você será para mim uma eterna criança
Teu olhar transborda esperança
É a razão que eu tenho pra viver


Filha... Oro para que Deus te abençoe
Não importa o lugar que eu me encontre
O meu coração estará junto ao seu


Filha... Peço também para que Deus te proteja
Que não falte seu prato na mesa
E que você possa ser sempre feliz


Filha...
Minha vida é você.



 Letra e Música: Marcelo Reis / Primavera 2008.


For my angel



Estou pensando em você, ouvindo essa canção meu anjo de asas longas e alvas...
Mesmo com o frio cercando meu corpo, minha alma e meu coração estão em brasas...
Sinto que sua boca pequenina e cheia de sabor de frutas vermelhas está diante da minha.
Que o calor do seu beijo esta me queimando por dentro me levando às nuvens...

Sei que eu sou um tolo por acreditar, pois que seja... Essa tolice me apetece e me alegra.
Todavia não são os apaixonados todos tolos? Todos embasbacados de paixão? Loucos?
E esses alucinados, dopados e cheios de devaneios são os que vivem a vida, o amor...
Prefiro viver um dia de sonho que anos de sanidade cinza, de falta de ar e ausência de magia

Você é de hoje em diante um pouco da minha alegria, trouxe de volta meu sorriso perdido...
Resgatou a esperança e a coragem que eu tinha de enfrentar a vida e suas mazelas...
Presenteou-me justo quando não acreditava mais em mim mesmo com uma espada celta.
Eu era fraco e você me fortaleceu, eu era velho e você me rejuvenesceu... O tempo segue...

Eu alço vôos cada vez maiores tendo suas mãos dadas às minhas, não temo mais a altura...
Ao pensar que algo pudesse ensinar-lhe surpreendi-me re-aprendendo a viver...
É como se até então tudo que vivi, tudo que passei não houvesse tido brilho...
É como se eu estivesse esperando você aparecer pra preencher esse vazio que sempre carreguei em meu peito.

Marcelo Reis, outono 2012.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Rosarium Philosophorum


Ao registrar esse momento eu poetizo em pensamento...
Sou alquimista, verto meu movimento débil de brisa em vento...
Profetizo meu destino derradeiro, o titânico inimigo eu enfrento...
Ferido e entregue ao desconcerto, dos campos Elíseos seu perfume experimento...

Ouço o cantar dos anjos convidando-me a esquecer as dores, as saudades, os amores...
Flutuo letárgico, dopado, inerte, um coma induzido, um não sentir insuportável.
Eu sou escarlate, lâmina em brasa queimando a carne, cauterizando a ferida.
Eu sou a linha tênue que separa o veneno da cura. Descanse em meus braços.

Receba minha ternura.

Marcelo Reis, outono 2012.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Conquistas...

Quando a idade vai chegando, três perguntas tornam-se cada vez mais pertinentes: Onde, como e quando...

Marcelo Reis, outono 2012.


terça-feira, 3 de abril de 2012

Pra você que não me sorriu

Fui lhe amável, gentil e afável, mesmo assim, você não me sorriu...

Te dei abrigo na noite de frio e aqueci seu espírito,

Saciei sua sede e sua fome e ao menos um esboço de contentamento...

Contei-lhe minhas aventuras, pândegas anedotas e sua face permaneceu petrifica.

Acaso roubaram-lhe a alma? Perdeste a alegria em suas cores e risadas?

Foste sacrificada a permanecer com semblante de desoladora aparência?

Que esse estagio seja passageiro, que dure apenas o necessário...

Que o ar que lhe arde no peito saia faceiro e que você gargalhe a vida.

Marcelo Reis, outono de 2012.