sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Querer, não querer ou querer mais ainda?


























Queria pega-la distraída para te roubar um beijo em surdina...
Queria que o vento soltasse seus cabelos e trouxe-se teu perfume...
Queria em soslaios fitar-te os teus profundos e lindos olhos...
Queria que meu grito calado ecoasse o cosmos e chega-se aos seus ouvidos...

Queria merecer o teu carinho, ser digno do presente do seu sorriso...
Queria ser seu amigo, seu amante, seu amado, seu porto seguro, seu confessionário, seu escudo...
Queria poder me entregar de corpo e alma sem restrições, sem exigências...
Querida, queria não querer esse tanto e tamanho desmedido amor por você.

Marcelo Reis, verão 2011.

Alis volat propriis

Nem anjo, nem demônio... Assim me vejo perfeitamente imperfeito...
Tento seguir o caminho reto, mas perco-me em tropeços...
Perseguem-me murmuradores com seus injustos julgamentos.
Nas ciladas da vida sou uma presa arisca... Desista predador!

Para todos os mistérios sou um livro aberto... Coração cofre, tesouros...
Pai, mãe, irmãos, esposa, parentes e amigos... Ah meus filhos, queria tê-los comigo.
Nesse caminhar constante prossigo, prossigo e prossigo escrevo o meu destino...
Voarei com minhas próprias asas sem a tolice de Ícaro.

Marcelo Reis, verão 2011.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

As sete bênçãos













Vendo que a mesa era baixa o Senhor colocou sobre ela sete tabuas,

E sobre as tabuas estendeu uma toalha branca com bordas azuis...

Então o Senhor mandou trazer sete vasos de cristal contendo cada:

Ervas, frutas frescas, água, vinho, mel, leite e pão...

E disse o Senhor:

Preparei esse banquete para ti, ceia comigo e jamais sentira fome ou sede.

Haverá abundância em sua casa todos os dias da sua vida.

E o Senhor alegrou-se ao ver seu filho sentar-se, dar graças ao alimento e sedento saciar sua carne e seu espírito já farto, cansado e fraco.

Marcelo Reis, verão 2011.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Lâmpada




















Quando eu imaginei que havia usado todas as palavras, todos os pensares e que o que me restava era o “silêncio”, descobri que ainda havia azeite em abundancia em minha lâmpada, poderia seguir o meu caminho mesmo na escuridão...

Assim como na vida quando se perde a esperança e se vê jogado no chão, sente-se só e sem saída, resta-lhe apenas a sua própria existência...

De algum modo, não sei como, você conseguirá erguer-se, regenerar-se e com altivez voltar a ascender-se e irá perguntar-se: Que olhar amigo é esse que me avisa que o mal espreita e conspira por de traz de meus ombros?

Devo mostrar sinais de arrependimento que venham de meu coração...

Devo ser sincero para que eu seja liberto.

Tenho que arrumar a casa para receber as bênçãos da remição...

Marcelo Reis, verão 2011.

Sentir


Vamos pedir a Deus o dom de “sentir”? Sim, sentir...

Por que não há nada mais triste que um ser vazio.

Que a vida não passe em branco (sem sentido)...

Que os sentimentos sejam registrados a todos os momentos.

Mesmo que se suas mãos estiverem em flagelo,

Que elas possam escrever sua história, não o destino...

Não deixe que o acaso prevaleça, imponha sua vontade.

Sinta, perceba, antecipe, intua, esteja sempre atento.

Marcelo Reis, verão 2011.